A Parábola dos Trabalhadores na vinha - Sermão de 28/09/2025
- Pastor Sérgio Fernandes
- 26 de set.
- 11 min de leitura
Atualizado: há 6 dias

“Pois o reino dos céus é como o dono de uma propriedade que saiu de manhã cedo a fim de contratar trabalhadores para seu vinhedo. Mt 20.1
INTRODUÇÃO
Uma das coisas que a maturidade me ensinou é que enxergamos o mundo à nossa volta a partir da ótica de 'quem somos'.
Deixa eu explicar melhor.
Se você for uma pessoa nervosa, é provável que normalize atitudes ríspidas e explosivas. Já se for alguém muito dócil, pode acabar enxergando como defeito a postura firme de um líder extremamente produtivo.
Da mesma forma, se você tiver valores morais e éticos sólidos, tenderá a desenvolver uma visão mais conservadora do mundo. Mas, se sua percepção da vida estiver pautada pela ótica social, talvez os ideais progressistas façam mais sentido para você.
No fim das contas, o mundo que idealizamos nada mais é do que uma extensão de nós mesmos.
E é justamente aí que encontramos um dos maiores desafios da vida cristã: aprender a enxergar nossa fé, o Reino de Cristo e o próprio Deus não como reflexo das nossas impressões ou preferências, mas à luz daquilo que as Escrituras revelam.
E sabe de uma coisa?
Poucos textos da Bíblia nos ajudam tanto nesse processo quanto a parábola dos trabalhadores na vinha.
Hoje, eu quero te convidar a caminhar comigo nesse texto e descobrir como Jesus nos ensina a ver a vida, o discipulado e o próprio Deus a partir da ótica do Reino.
A INTERPRETAÇÃO DE PARÁBOLAS
Antes de mergulharmos no texto, precisamos lembrar que estamos diante de uma das parábolas do Reino.
As parábolas eram histórias contadas oralmente, com a intenção de transmitir verdades espirituais e morais de maneira simples e acessível.
Era como se Jesus pintasse um quadro diante da plateia, permitindo que cada pessoa extraísse dali princípios preciosos para a vida.
Por isso, quando interpretamos parábolas, não buscamos nelas uma doutrina sistemática nem nos apegamos a cada detalhe menor do enredo.
O que procuramos são os princípios centrais que Jesus quis revelar.
E, sendo esta uma parábola do Reino, o que encontraremos são lições profundas sobre Deus, sobre o Seu Reino e sobre a surpreendente graça que Ele manifesta.
DEUS E SUA VINHA
“Pois o reino dos céus é como o dono de uma propriedade que saiu de manhã cedo a fim de contratar trabalhadores para seu vinhedo. Combinou de pagar uma moeda de prata por um dia de serviço e os mandou trabalhar. Mt 20.1,2
Era comum na Palestina do século I que proprietários contratassem diaristas para a colheita da uva, que exigia rapidez por causa do risco do fruto estragar.
Na parábola, o dono de uma propriedade saiu para contratar trabalhadores para o seu vinhedo.
O trabalho começava cedo (por volta das 6h).
O salário combinado para esses trabalhadores era uma moeda de prata. Essa moeda correspondia ao denário, um pagamento justo por um dia de trabalho braçal.
...
Na parábola, o “pai de família” representa Deus, e a “vinha” simboliza o seu Reino.
Nas Escrituras do Antigo Testamento, Deus tratava Israel como se fosse o seu vinhedo particular. Essa ideia é expandida por Jesus, agora tratando o Reino de Deus como a vinha do Pai.
Agora, cantarei a meu amado uma canção sobre seu vinhedo: Meu amado tinha um vinhedo numa colina muito fértil. Ele arou a terra, tirou as pedras e plantou as melhores videiras. No meio do vinhedo, construiu uma torre de vigia e, junto às rochas, fez um tanque de prensar. Então esperou pela colheita de uvas doces, mas o vinhedo só produziu uvas amargas. Is 5.1,2
O ato de “chamar trabalhadores” é a soberana iniciativa de Deus em incluir pessoas em sua obra.
Essa pequena introdução da parábola demonstra que, na ótima de Jesus, o cristianismo não é uma fé de mera adesão intelectual:
Cada pessoa que recebe o dom da salvação é chamada pessoalmente por Deus, através de um convite gracioso, para trabalhar em Sua obra.
Vocês não me escolheram; eu os escolhi. Eu os chamei para irem e produzirem frutos duradouros, para que o Pai lhes dê tudo que pedirem em meu nome. Jo 15.16
O pai de família, como vimos, não fez um processo seletivo avaliando o curriculum pessoal dos candidatos. Ele simplesmente os chamou!
Ninguém entra na vinha por mérito, mas porque o Senhor pessoalmente buscou e convocou.
Nossa própria existência como discípulos é uma demonstração profunda de pura, livre e soberana graça de Deus.
Não há mérito na graça.
Afinal, a graça é graça.
Lembrem-se, irmãos, de que poucos de vocês eram sábios aos olhos do mundo ou poderosos ou ricos quando foram chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas que o mundo considera loucura para envergonhar os sábios, assim como escolheu as coisas fracas para envergonhar os poderosos. Deus escolheu coisas desprezadas pelo mundo, tidas como insignificantes, e as usou para reduzir a nada aquilo que o mundo considera importante. Portanto, ninguém jamais se orgulhe na presença de Deus. 1 Co 1.26-29
MAIS TRABALHADORES VÃO SE UNINDO
A história não termina com o primeiro processo seletivo.
No texto, de modo contínuo, o dono da vinha foi agregando novos colaboradores para o vinhedo.
O trabalho era extenso, sedo necessário um grupo cada vez maior para dar conta da colheita.
“Às nove da manhã, estava passando pela praça e viu por ali alguns desocupados. Contratou-os e disse-lhes que, no final do dia, pagaria o que fosse justo. E eles foram trabalhar no vinhedo. Ao meio-dia e às três da tarde, fez a mesma coisa. “Às cinco da tarde, estava outra vez na cidade e viu por ali mais algumas pessoas. ‘Por que vocês não trabalharam hoje?’, perguntou ele. “‘Porque ninguém nos contratou’, responderam.“Então o proprietário disse: ‘Vão e trabalhem com os outros no meu vinhedo’. Mt 20.3-7
A contratação dos novos colaboradores teve um pequeno diferencial: aqui, o dono afirma que pagaria o que fosse justo.
Chegaram novos trabalhadores às nove, ao meio dia, às três e, surpreendentemente, às 17h.
Surprendeente, porque no contexto de Israel no mundo antigo, a jornada de trabalho terminava às 18h.
A Lei, inclusive, recomendava que o trabalhador fosse pago ao término de cada expediente.
“Nunca se aproveitem de trabalhadores pobres e necessitados, sejam irmãos israelitas ou estrangeiros que vivem em suas cidades. Paguem o salário deles todos os dias, antes do pôr do sol, pois eles são pobres e contam com isso para viver. Do contrário, quando clamarem contra vocês ao Senhor, vocês serão culpados de pecado diante dele. Dt 24.14,15
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Uma das coisas evidentes que temos no texto é que o Reino de Deus, embora já esteja presente, ainda não está completamente consumado.
Como afirmamos teologicamente, o Reino já chegou, mas ainda não em plenitude.
Por isso, o trabalho cristão é uma jornada ininterrupta, onde novos colaboradores vão sendo agregados ao Reino conforme o evangelho avança e triunfa sobre os corações.
Nesse mover dinâmico do Espírito, inevitavelmente teremos trabalhadores chamados em tempos e ocasiões diferentes.
Por isso, não importa a hora que chegamos.
O que importa é que cada um de nós "efetivamente chegou".
E o dono da vinha, bondoso, segue chamando novos colaboradores.
Então, se você está trabalhando desde a primeira hora, glória a Deus por isso!
Se chegou na hora undécima, tudo bem também.
A hora da chegada não importa pra Deus.
Importa a disposição de servire honrar aquele que te chamou!
“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.” 1 Co 12.4-7
Até aqui parece que estamos no discurso mais motivador do mundo, não é mesmo?
Mas Jesus nunca facilita as coisas...
HORA DE PAGAR OS COLABORADORES
No versículo oito, as Escrituras afirmam que chegou a hora de pagar os colaboradores.
Só que aqui, a lógica se inverteu.
Nós esperávamos que os trabalhadores da primeira hora fossem os primeiros a serem chamados. Não foram.
“Ao entardecer, mandou o capataz chamar os trabalhadores e pagá-los, começando pelos que haviam sido contratados por último. Mt 20.8
Já deu para perceber que isso "vai dar ruim"?
Os que foram contratados às cinco da tarde vieram e receberam uma moeda de prata. Quando chegaram os que foram contratados primeiro, imaginaram que receberiam mais. Contudo, também receberam uma moeda de prata. Mt 20.9,10
Quando os contratados às 17h receberam um denário de pagamento, a ambição dos demais aumentou consideravelmente...
Devem ter feito a conta: "se quem trabalhou 1h recebeu um denário, acho que vamos receber no mínimo uns dez denários..."
Tenho certeza que, na mente, já planejaram comprar a picanha para o final de semana...
Surpreendentemente, o pagamento dos primeiros colaboradores foi exatamente o mesmo daqueles que trabalharam apenas a última hora.
Imaginem o climão?
Os pensamentos intrusivos?
A frustração?
A própria parábola vai nos contar o resultado da generosidade do dono da vinha no coração dos seus colaboradores.
Ao receber o pagamento, queixaram-se ao proprietário: ‘Aqueles trabalharam apenas uma hora e, no entanto, o senhor lhes pagou a mesma quantia que a nós, que trabalhamos o dia todo no calor intenso’. Mt 20.11,12
...
Veja, pelo que vimos na parábola, a lógica humana de precedência não funciona no Reino de Cristo. O que visivelmente prevalece é a bondade do Dono da Vinha em recompensar seus colaboradores.
Mas essa visão contrasta muito com nossa percepção meritória da religião.
No cristianismo, Deus não nos trata como merecemos. E isso é uma excelente notícia!
Porque dEle, só merecemos a condenação.
Mas vamos à parábola novamente... reflitam comigo:
O vinhedo era do Dono;
As uvas... também eram dele;
Os denários... sim, eram dele também
As vagas de trabalho... sim, também eram dele;
O que ele combinou foi pago corretamente e na hora certa...
Qual era o motivo da queixa?
Eu acredito, lendo o texto, que inúmeros gatilhos emocionais foram acionados nesse momento no coração daqueles primeiros colaboradores...
A inveja, "não acredito que eles ganham o mesmo que a gente trabalhando menos"
A fúria, "Como esse maldito dono pode ser bom com quem trabalha pouco?"
A ingratidão, "de que me serve esse mísero denário depois de trabalhar tanto"
A competição, "quem deu duro aqui fomos nós... merecemos mais do que eles"
O ponto central da parábola fica evidente aqui:
A bondade soberana de Deus prevalece sobre nossas expectativas.
...
DEUS, SENDO DEUS, FAZ O QUE MELHOR LHE PARECE
A última sessão da parábola é como a batalha final de um filme de aventura. Jesus eleva o tom ao extremo, expondo com clareza a natureza graciosa de Deus e do Seu Reino.
“O proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, não fui injusto. Você não concordou em trabalhar o dia inteiro por uma moeda de prata? Pegue seu dinheiro e vá. Eu quis pagar ao último trabalhador o mesmo que paguei a você. É contra a lei eu fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está com inveja porque fui bondoso com os outros?’. Mt 20.13-15
Primeiramente, o Dono defende a sua própria honra.
Não havia injustiça nele, assim como não há injustiça alguma em Deus.
O combinado foi pago. A Lei foi cumprida! Mas com um adendo interessante.
O Dono foi justo com os primeiros, mas quis ser bondoso com os demais...
Pensando no cenário de Israel dos tempos bíblicos, onde esses trabalhadores eram camponeses e pais de família pobres... não teria o Dono se preocupado com o bem-estar das esposas e das crianças que aguardavam o sustento em suas casas?
E qual seria o problema dele ser generoso?
A parábola nos mostra que nós, humanos, temos muita dificuldade em lidarmos com a generosidade de Deus.
Toda nossa vida gira em torno da seguinte pergunta:
"O que eu ganho com isso?"
"Não Pastor, eu não penso dessa maneira..."
Pensa sim! Até Pedro pensou... essa parábola está ilustrando uma verdade que responde a dúvida de Pedro no capítulo anterior.
Então Pedro disse: “Deixamos tudo para segui-lo. Qual será nossa recompensa?”. Mt 19.27
Esse é o coração da parábola.
Jesus quer nos ensinar que não existe recompensa para o trabalho no Reino.
O Reino é a recompensa!
Se quisermos caminhar na presença de um Deus Bondoso, que revelou Seu Amor enviando Seu Bom Filho para morrer por pecadores depravados como nós, precisamos quebrar todo nosso orgulho, nossa percepção humana de mérito e valor, nossa tendência à comparação e competição e aceitarmos a sua maneira graciosa e misteriosa de agir no cumprimento dos seus propósitos soberanos.
A conclusão da parábola rememora um dos temas mais queridos por nós, pentecostais reformados:
“Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”. Mt 20.16
Jesus aqui alude a surpreendente história de salvação contada nas Escrituras.
Havia multidões de homens antes do dilúvio... mas só Noé achou graça;
Haviam muitos em Ur dos Caldeus... mas Deus chamou Abraão;
Abraão teve muitos filhos... "mas em Isaque será chamada a tua descendência"
Isaque teve dois filhos, mas o primogênito foi preterido por Deus pelo mais novo. Não há espaço para mérito na agenda de Deus.
A palavra ‘merecido’ está gravada nos portões do inferno.
Tudo o que nós merecemos é a condenação eterna.
Mas, no Reino de Cristo, só existe graça soberana... graça sobre graça!
Deus salva quem Ele quer!
A salvação pertence ao Senhor!
APLICAÇÕES PASTORais
Essa parábola é como um coquetel de vitaminas, capaz de curar inúmeras percepções errôneas que temos a respeito de Deus e da religião.
Vamos trabalhar cada uma delas.
Primeiro, essa parábola cura nossa necessidade constante de aprovação.
Alguns irmãos tornam-se viciados em um ativismo religioso perigoso, não por amor a Cristo e ao Reino, mas pela necessidade de mostrarem o quão bom são nas coisas que fazem para Deus. Quando na parábola o Dono paga todos da mesma forma, Ele nos ensina que nosso valor não reside em nós mesmos ou no trabalho que fazemos, mas na Sua graça, que oferece igualmente o mesmo céu, o mesmo perdão, a mesma justiça e a mesma salvação para cada pecador chamado por Cristo. Tudo que temos veio de Deus e é para Ele. Tudo é pela graça!
O que agora sou, porém, deve-se inteiramente à graça que Deus derramou sobre mim, e que não foi inútil. Trabalhei com mais dedicação que qualquer outro apóstolo e, no entanto, não fui eu, mas Deus que, em sua graça, operou por meu intermédio. 1 Co 15.10
Segundo, essa parábola cura nossa necessidade de julgamento e competição.
Para alguns crentes, a Igreja é um ambiente de competição, onde disputa-se tudo: santidade, experiência carismática, profundidade teológica, aparência, posição e tudo o mais.
Jesus rompe essa lógica.
Certamente haviam diferentes tipos de trabalho na vinha, mas todos foram tratados de igual modo como colaboradores e receberam a mesma recompensa.
Não há melhores e piores no Reino. Há o Deus Triúno, glorioso acima de todos, e pecadores perdoados, que Ele amorosamente chama para Sua presença.
Pois que direito vocês têm de julgar desse modo? O que vocês têm que Deus não lhes tenha dado? E, se tudo que temos vem de Deus, por que nos orgulharmos como se não fosse uma dádiva? 1 Co 4.7
Terceiro, essa parábola cura nossa necessidade de preeminência.
Todos receberam o mesmo pagamento, independente da hora e do quanto trabalharam. Jesus sabe que o nosso coração é ambicioso. Mas esse tipo de ambição não tem espaço no Reino de Cristo.
Os últimos são os primeiros... o maior deve servir a todos... o Rei desce do céu e morre na cruz... a grandeza do Reino não está na nossa posição, mas naquEle que nos chama ao serviço...
na igreja de Jesus não tem área vip, tem apenas elevador de serviço... e nele, só há a opção de descermos...
Entre vocês, porém, será diferente. Que o maior entre vocês ocupe a posição inferior, e o líder seja o servo. Lucas 22:26
Quarto, essa parábola cura nosso senso pervertido de justiça
O julgamento dos trabalhadores da primeira hora pode ser o nosso julgamento pessoal também. Como pode Deus estar abençoando aquele irmão tão relapso?
Por que seu trabalho é mais frutífero que o meu? Eu me esforço mais... eu estudo tanto... eu oro tanto... Como temos uma mentalidade focada em mérito, temos dificuldade para lidar com as demonstrações graciosas da bondade de Deus.
Por isso, precisamos todos os dias pedir para Jesus nos dar um coração bondoso como o de Deus. Capaz de se alegrar com a vitória dos irmãos, evitando que invejas ou incompreensões nos impeçam de experimentar níveis de comunhão e amizades cada vez mais fortes.
“Nada façam por ambição egoísta ou vaidade, mas, humildemente, considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros.” Filipenses 2.3-4
Conclusão
Para chamar os trabalhadores para o Seu vinhedo, Deus, o Nosso Pai, enviou seu próprio Filho para nos perdoar e nos resgatar de nosso estado de alienação espiritual.
Ele é o verdadeiro trabalhador da vinha.
Ele trabalhou integralmente em nosso favor, para que fôssemos a colheita de amor do Pai.
Com sua obra consumada na cruz, morrendo em favor do povo de Deus, Ele garantiu o suficiente para satisfazer a justiça divina, pagando integralmente a dívida dos nossos pecados e garantindo uma eterna redenção para os que crêem nEle.
Parece uma oferta bondosa demais?
Deus, o Pai, o ressuscitou ao terceiro dia, comprovando a validade do seu sacrifício e demonstrando Sua vida divina e invencível, capaz de resgatar o mais vil pecador.
Então, não importa se você é um colaborador raivoso ou alguém que vai ser chamado somente na última hora, a graça de Cristo é suficiente para você!
Você aceita essa graça nessa manhã?

Pastor Sérgio Fernandes
Pastor Titular da IPR
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