jesus acalma a tempestade - sermão de 15/06/2025
- diegopaula
- 14 de jun.
- 9 min de leitura
JESUS ACALMA A TEMPESTADE - Sermão de 15/06/25
Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: - Mestre, não te importas se morrermos? Ele levantou, repreendeu o vento e disse ao lago: - Aquiete-se! Acalme-se! O vento se aquietou, e tudo ficou calmo. ( Mc. 4.38,39)
O tema em que vamos nos debruçar nesta manhã de domingo é "Jesus acalma a tempestade" uma passagem bíblica bem conhecida, com certeza se você já ouviu uma mensagem, ou um louvor com esse tema.
Hoje, não vamos apenas nos debruçar sobre a capacidade de Jesus de acalmar as tempestades em nossas vidas, mas seremos levados a um lugar de adoração profunda, prostrando-nos diante da supremacia inquestionável de Jesus Cristo revelada em Seu domínio sobre o caos da natureza e, porque não das nossas vidas.
Ultimamente, em meu trabalho, após a saída de alguns companheiros que trabalhavam comigo, o serviço pra eu executar triplicou, e chego a trabalhar 12, 13 e até 14 horas direto, meu serviço além de ter que usar muito a "cachola" (cabeça), atendimento ao cliente é também um serviço braçal é um tanto cansativo, e muitas das vezes chego em casa, deito no sofa, na rede, cama ou até no chão e "apago" devido ao cansaço, talvez era um cansaço parecido que levou nosso mestre Jesus a dormir durante parte desse acontecimento que falaremos hoje, que se encontra em três relatos paralelos, mas igualmente poderosos: Mateus 8:23-27, Marcos 4:35-41 e Lucas 8:22-25.
Contexto Geral
Todos os três evangelistas situam este milagre após um dia intenso de ensino de Jesus (principalmente em parábolas, especialmente em Marcos e Lucas) e antes de Sua chegada à região dos gadarenos/gerasenos, onde Ele liberta um homem de uma legião de demônios.
A travessia do Mar da Galileia, um lago conhecido por suas tempestades repentinas e violentas devido às montanhas circundantes e aos ventos que as atravessam, serve como um cenário perfeito para testar a fé dos discípulos.
Os evangelistas nos relatam um cenário familiar: Jesus e Seus discípulos em um barco, atravessando o Mar da Galileia. Uma violenta tempestade irrompe. O barco, pequeno e frágil, era coberto pelas ondas. O medo toma conta dos discípulos, alguns deles eram homens experientes no mar, e mesmo assim clamam: "Mestre, não te importas se morrermos?" (Marcos 4:38). Jesus, que dormia profundamente na popa do barco, é acordado.
Amados, essa cena não é apenas um relato histórico; é uma poderosa metáfora para a nossa própria vida. Quantos de nós já não nos sentimos em meio a uma tempestade? Uma crise financeira, um problema de saúde, conflitos familiares, incertezas no trabalho, a dor de uma perda… A vida, muitas vezes, nos joga em vendavais que parecem nos submergir. E nessas horas, nossa fé é testada.
Mas Jesus estava no barco, lá havia uma presença Soberana em meio do Caos
O primeiro ponto crucial que os três evangelistas nos revelam é que Jesus estava no barco. Mesmo que aparentemente dormindo, Ele estava ali.
"De repente, uma forte tempestade levantou-se sobre o lago, de forma que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia." (Mt. 8.24)
"Jesus estava na popa, dormindo com a cabeça sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e clamaram: ― Mestre, não te importas se morrermos?" (Mc. 4.38)
"Enquanto navegavam, ele adormeceu. Abateu-se sobre o lago um forte vendaval, de modo que o barco estava sendo inundado, e eles corriam grande perigo." (Lc. 8.23)
É natural, em momentos de grande angústia, sentirmos que Deus está em silêncio, talvez até indiferente. "Senhor, não te importas?" (Marcos 4.38) ecoa em nossos corações, quantas vezes nós mesmos já não dissemos essa frase?
No entanto, a verdade é que Sua presença é constante, soberana e atuante, mesmo que não a percebamos de imediato. A presença de Jesus no barco, mesmo em aparente sono, é a nossa maior garantia. Isaías 41.10 nos garante:
"Não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa." (Is. 41.10)
O Senhor do universo está conosco, mesmo nas mais terríveis provações.
Em desespero, os discípulos, mesmo sendo os crentes que eram, mas com fé ainda imatura, acordam Jesus.
"Os discípulos foram acordá-lo, clamando: ― Senhor, salva-nos! Vamos morrer!" (Mt.8.25)
"Os discípulos o acordaram e clamaram: ― Mestre, não te importas se morrermos?" (Mc.4.38)
"Os discípulos foram acordá-lo, clamando: ― Mestre, Mestre, vamos morrer!" (Lc.8.24)
O clamor dos discípulos, ainda que misturado com medo e alguma "repreensão", é o caminho para o socorro. Eles se voltam para Aquele que, embora dormindo, era o único que poderia salvá-los.
Em nossas tempestades, podemos nos sentir paralisados, mas a Bíblia nos encoraja a clamar a Deus, o Rei que ouve Seus súditos. Salmos 50.15 diz:
"E clamem a mim no dia da angústia; eu os livrarei, e vocês me honrarão." (Sl.50.15)
Não importa quão desesperado ou imperfeito seja seu clamor, ele alcança o trono do nosso Deus soberano.
Existe uma Autoridade que é absoluta, e o nome dela é Jesus, O Senhor da Criação que Comanda até o caos.
E então, o milagre acontece. Jesus se levanta. O que Ele faz?
"Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao lago: ― Aquiete-se! Acalme-se! O vento se aquietou, e tudo ficou calmo." (Mc.4.39)
"Ele se levantou e repreendeu o vento e a violência das águas; tudo se acalmou e ficou tranquilo." (Lc.8.24)
Com uma simples palavra, Jesus demonstra Sua autoridade absoluta sobre a natureza. Ele não negocia com a tempestade; Ele a comanda. A palavra "repreendeu" (epitimaō no grego) é a mesma usada para expulsar demônios.
Ele trata o vento e o mar como se fossem entidades que precisam obedecer à Sua ordem. Não é um pedido, é um comando soberano. Em um instante, o caos se transforma em bonança. A fúria da natureza se submete ao Criador.
Quem pode fazer isso? Somente Aquele que detém todo o poder sobre a criação! Salmos 89.9 já havia proclamado:
"Tu dominas o mar revolto; quando as suas ondas se levantam, tu as acalmas." (Sl.89.9)
E agora, eles veem essa verdade manifestada na pessoa de Jesus! Já me peguei pensando por várias vezes: como seria poder presenciar esses milagres e maravilhas que são contados nas escrituras? Será que minha fé, minha crença no Mestre Jesus seria exponencialmente aumentada?
Mas sempre que reflito sobre isso me vem na memória o povo que saiu com Moises do Egito, viram tantas maravilhas e milagres, e ainda assim quiseram voltar para o Egito e dentre todos os que sairam do Egito apenas 2 entraram na terra prometida.
Isso me mostra que o que mais vale a pena não é ver os milagres e as maravilhas, mas sim, ter o autor do milagre dentro de mim, crer nEle, e ser salvo por Ele.
Então, Jesus disse: - porque me viu, você creu? Bem aventurados os que não viram e creram. (Jo.20.29)
Após o milagre, a reação dos discípulos é reveladora. Eles não exclamam apenas "Que alívio!", mas uma pergunta que ecoa sua mais profunda perplexidade e um temor reverente diante da divindade de Jesus:
"Eles estavam grandemente apavorados e perguntavam uns aos outros: ― Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?" (Mc.4.41)
"E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?" (Mt.8.27)
"Eles, cheios de temor e admiração, perguntaram uns aos outros: ― Quem é este que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?" (Lc.8.25)
Essa pergunta é o cerne da nossa reflexão e adoração.
Os discípulos, pescadores experientes, sabiam que tempestades no Mar da Galileia eram coisa séria. Eles nunca haviam visto um homem comandar a natureza com tamanha autoridade. Eles foram tomados por um "grande temor", no grego, "phobos megas" em Marcos. Para entender o significado desse termo vamos analisar eles:
Phobos (φόβος): Esta palavra grega significa "medo", "temor", "terror", "pavor" ou até mesmo "reverência". É a raiz da palavra "fobia" em português.
Megas (μέγας): Significa "grande", "imensurável", "poderoso".
Portanto, "phobos megas" pode ser traduzido como "grande medo", "temor imenso" ou "pavor profundo".
A reação dos discípulos a este milagre é crucial. Como vimos "E eles ficaram com grande medo" (phobos megas) e diziam uns aos outros: 'Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?'
O "grande medo" dos discípulos não é apenas um medo de serem afogados na tempestade. É um medo que surge de uma revelação profunda sobre a identidade de Jesus. Eles acabaram de presenciar algo extraordinário, que transcende a compreensão humana: Jesus, com uma simples palavra, demonstra poder sobre a natureza, um poder que, na mentalidade judaica, era atribuído somente a Deus.
Esse "phobos megas" é um misto de:
Assombro e admiração: Eles ficam impressionados e chocados com o poder de Jesus.
Reconhecimento da divindade: Começam a perceber que Jesus não é apenas um mestre ou profeta comum, mas alguém com uma autoridade e um poder divinos.
Temor reverencial: Esse medo não é apenas pavor, mas uma reverência diante da santidade e majestade de Jesus, um sentimento de pequenez diante de algo tão grandioso.
Marcos usa essa expressão para destacar a surpresa e o impacto que o milagre de Jesus teve sobre os discípulos, levando-os a questionar profundamente quem Ele realmente era.
É um ponto de virada na compreensão da identidade de Jesus pelos seus seguidores, mostrando que seu poder se estende além da cura e do ensino, alcançando até mesmo o controle sobre as forças da natureza.
Essa pergunta ainda ressoa para nós hoje. Quem é Jesus? Ele não é apenas um profeta, um mestre sábio, ou um curandeiro. Ele é Deus encarnado, o Senhor da glória, Aquele a quem toda a criação se curva.
Devemos ter fé no Deus que criou tudo e sustenta tudo pelo poder poder da sua palavra, e foi essa fé que Jesus, antes mesmo de acalmar a tempestade, questiona os seus discípulos:
"Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?" (Mt.8.26)
Mateus, escrevendo para uma audiência judaica, estava apresentando Jesus como o Messias e Rei. O milagre demonstra Sua autoridade sobre a criação, confirmando Sua divindade e o cumprimento das profecias. A ênfase na "pequena fé" é um tema recorrente em Mateus, o que desafiava os discípulos a confiarem plenamente em Jesus.
"Onde está a fé de vocês?", perguntou ele aos seus discípulos. (Lc.8.25)
Já Lucas nos trás uma pergunta de forma mais direta e genérica sobre a existência da fé, não a sua quantidade.
Essa "pequena fé" não era uma ausência de fé, mas uma falha em reconhecer plenamente a divindade e a soberania de quem estava no barco com eles. Eles ainda não haviam compreendido a magnitude de quem Jesus realmente era. Eles viam um homem, mas não o Deus soberano.
A lição para nós, portanto, não é apenas que Jesus pode acalmar nossas tempestades, mas que Ele é o Deus sobre todas as tempestades, sobre todo o universo e sobre toda a nossa existência.
Nossa fé não deve ser apenas na Sua capacidade de nos ajudar, mas na Sua identidade como o Deus Todo-Poderoso, que tem autoridade sobre cada molécula, cada vento, cada onda. É essa compreensão que nos traz a verdadeira paz.
Conclusão:
Amados, o episódio da tempestade acalmada é um hino à majestade de Jesus Cristo. Ele não é apenas um socorro na hora da angústia; Ele é o próprio Senhor da história, da natureza e de nossas vidas.
Colossenses 1.16-17 declara:
"pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele tudo subsiste." (Cl.1.16,17)
Quando você se encontrar em meio a uma tempestade, não apenas peça que Jesus acalme a sua situação, mas lembre-se quem Ele é: o Deus Soberano que criou e sustenta todas as coisas. Exalte-O! Reconheça Sua grandeza. Sua presença não é apenas um alívio, mas a garantia da vitória de um Deus que comanda o universo.
O sermão de hoje sobre a tempestade acalmada não é apenas um relato de um milagre impressionante, mas um convite à reflexão sobre nossa própria fé diante das adversidades. Mateus, Marcos e Lucas, cada um a seu modo, nos recordam da inigualável autoridade de Jesus Cristo sobre todas as coisas e da importância de confiar Nele, mesmo quando as ondas da vida parecem nos engolir. A pergunta "Quem é este?" ecoa até hoje, convidando-nos a reconhecer Jesus não apenas como um grande mestre, mas como o próprio Senhor da criação, digno de toda a nossa fé e confiança.
E isso nos leva a um dos pilares mais fundamentais da nossa fé:
Solus Christus – Somente Cristo!
Não há outro nome, nenhuma outra autoridade, nenhum outro poder que possa acalmar as tempestades da vida e, mais importante, a tempestade do nosso pecado e da nossa separação de Deus.
Nossa salvação e a paz que buscamos nas tempestades não vêm de nossos próprios esforços, de rituais, de boas obras, ou de qualquer outro mediador. Atos 4.12 é claro:
"Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos." (At.4.12)
É somente em Jesus Cristo que encontramos perdão, vida nova, e a certeza de que o Senhor da criação está ao nosso lado, guiando-nos através de cada tempestade, até a bonança eterna. Ele é o único digno de nossa adoração e confiança plena, e o Único nome pelo qual devamos ser salvos.
Que possamos viver cada dia não apenas confiando que Ele pode nos ajudar, mas adorando-O por quem Ele é: o Rei Eterno, o Senhor dos Senhores, Aquele a quem o vento e o mar obedecem, e o Único Caminho para Deus. Toda glória e honra sejam dadas a Ele!
Que essa verdade transforme sua fé, sua adoração e sua vida.
Amém.





Comentários