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JESUS NO MEIO DOS DOUTORES- SErmão de 23/02/2025


Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas. (Lc. 2.46-47)

 

Introdução


A vida de Jesus desde a infância até a adolescência é um mistério. Entre os evangelhos canónicos, somente Lucas reserva essa breve história da pré-adolescência de Jesus.


Além de alguns “evangelhos tardios e apócrifos” com alegorias sobre a infância de Jesus, especialmente o período dos 12 anos.


São narrativas extra bíblicas que tentam preencher lacunas deixadas pelos Evangelhos canônicos, visto que não temos muitas informações sobre os primeiros 30 anos da vida de Jesus.


Essas histórias, muitas vezes fantásticas e miraculosas, foram criadas em diferentes épocas e culturas, refletindo as crenças e expectativas das comunidades que as produziram.


Apegando-se aos Evangelhos canônicos: Os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) são a principal fonte de informação sobre a vida de Jesus. As demais narrativas devem ser analisadas à luz desses textos.


As alegorias sobre a infância de Jesus não possuem o mesmo status de autoridade que os Evangelhos canônicos.


É importante lembrar que a fé cristã se fundamenta na Bíblia, e não em narrativas extra bíblicas. Ao nos apegarmos aos ensinamentos dos Evangelhos, podemos construir uma fé sólida e baseada na verdade. “Sola scriptura”.


Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra. (2Tm. 3.16,17)

Somente as Escrituras é inspirada por Deus e, portanto, é verdadeira, confiável e autoritativa.


Somente as Escrituras esta acima de todas as outras fontes de autoridade, como tradição da igreja, concílios, lideres religiosos e experiencias pessoais.


Somente as Escrituras é suficiente, pois ela contem o que é necessário para a salvação, a vida cristã e o conhecimento de Deus.


Quando Jesus completou 12 anos, subiu com Maria e José para Jerusalém, segundo o costume das festas. Era nessa idade que um menino judeu podia tornar-se um “filho da lei”. Todos os judeus tinham a obrigação de frequentar o templo três vezes ao ano: na Páscoa, no Pentecoste e nos Tabernáculos


Três vezes no ano me celebrareis festa. A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egito; e ninguém apareça vazio perante mim; E a festa da sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a festa da colheita, à saída do ano, quando tiveres colhido do campo o teu trabalho. Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão diante do Senhor DEUS.(Êx 23.14-17).

 

Era o costume de José e Maria subirem a Jerusalém na festa que comemorava a libertação de Israel, Quando a festa terminou, José e Maria voltaram com as caravanas para Nazaré, porém Jesus permaneceu em Jerusalém.


Quando ele completou doze anos de idade, eles subiram à festa, conforme o costume. Terminada a festa, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles percebessem. Pensando que ele estava entre os companheiros de viagem, caminharam o dia todo. Então começaram a procurá-lo entre os seus parentes e conhecidos. Não o encontrando, voltaram a Jerusalém para procurá-lo. (Lc. 2.42-45)

 

Depois de um dia de caminhada, eles perceberam que Jesus não estava entre os parentes e conhecidos. Então, voltaram, aflitos, a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, José e Maria o acharam no templo, assentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Sua inteligência e suas respostas eram motivo de admiração de todos os que o ouviam.

 

A criança de 12 anos e os mestres da Lei: um contraste marcante


Imagine uma criança de 12 anos sentado junto a professores universitários, fazendo perguntas complexas e respondendo perguntas com respostas que deixava esses professores admirados e boquiabertos


A imagem de Jesus, um menino de apenas 12 anos, sentado entre os mestres da Lei, ouvindo-os atentamente e respondendo às suas perguntas com sabedoria, é verdadeiramente impressionante. Essa cena nos convida a refletir sobre a natureza da sabedoria e a fonte de onde ela provém.


Vamos explorar essa comparação com mais profundidade:


A expectativa e a realidade: Esperava-se que os mestres da Lei, com seus anos de estudo e conhecimento das Escrituras, fossem os detentores da sabedoria. No entanto, ao se depararem com Jesus, perceberam que sua sabedoria transcendia a erudição humana.


Mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus. (1 Co. 1.24)

A fonte da sabedoria: A sabedoria dos mestres da Lei era fruto de seus estudos e da tradição oral. Já a sabedoria de Jesus era um dom divino, uma manifestação da sua natureza divina. Ele não apenas conhecia as Escrituras, mas as vivia e as interpretava com uma profundidade que surpreendia a todos.


Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória? "E começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras. (Lc.24-27)

A aplicação da sabedoria: Enquanto os mestres da Lei muitas vezes se perdiam em debates teóricos e interpretações complexas, Jesus demonstrava uma sabedoria prática e aplicada à vida. Suas respostas eram claras, concisas e sempre direcionadas ao coração das pessoas.


A humildade e a abertura: Jesus, apesar de sua sabedoria, demonstrava uma humildade admirável. Ele ouvia atentamente os mestres da Lei, fazendo perguntas e mostrando interesse em aprender. Essa atitude de humildade e abertura ao conhecimento é um exemplo para todos nós.


O que essa comparação nos ensina:

A sabedoria não é exclusiva dos mais velhos: A idade não é sinônimo de sabedoria. A verdadeira sabedoria vem de Deus e pode ser encontrada em pessoas de todas as idades.


A sabedoria não se limita ao conhecimento intelectual: A sabedoria envolve muito mais do que o conhecimento teórico. Ela inclui a capacidade de aplicar o conhecimento à vida, de discernir o bem do mal e de tomar decisões sábias.


A sabedoria é acessível a todos: A sabedoria oferecida por Deus está disponível para todos aqueles que a buscam de coração sincero. Através da oração, do estudo da Bíblia e do relacionamento com outros cristãos, podemos crescer em sabedoria.


Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. (Tg.1.5)

A sabedoria é um dom que está disponível a todos. Assim como o amar, o servir, o interceder. Pois é do caráter de Deus, nasce do coração d’Ele e é derramado sobre nós à medida com que buscamos por ele.


Esse dom está alinhado com a vontade de Deus e é coerente com Seus ensinamentos e valores, ajuda-nos inclusive a sermos constantes em nossa busca. Ele leva em consideração o bem maior, a justiça, a compaixão e o amor.


A sabedoria divina que recebemos de Deus nos encoraja a buscarmos por Ele ainda mais, a temê-Lo como fonte de todo o discernimento e conhecimento, a confiarmos em Seu plano perfeito.


Que possamos buscar continuamente essa sabedoria, mergulhar na Palavra que nos ensina tanto sobre ela, cultivar um relacionamento profundo e intenso com Deus e permitir que Sua sabedoria seja o Norte em cada passo de nossas vidas.


Jose e Maria encontram Jesus no templo:


Ao encontrá-lo, Maria sente-se aliviada, mas pergunta a Jesus por que o filho tinha feito isso com eles, uma vez que ela e José estavam aflitos à sua procura.

Jesus, pela primeira vez, esclarece para seus pais a sua origem e a sua missão.


Quando seus pais o viram, ficaram perplexos. Sua mãe lhe disse: "Filho, por que você nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos, à sua procura". Ele perguntou: "Por que vocês estavam me procurando? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai? " Mas eles não compreenderam o que lhes dizia. (Lc. 2.48-50)

 

Eles deveriam saber que ele cumpria uma agenda na casa do Pai. Eles, porém, não entenderam nem alcançaram suas palavras. Jesus não usa a expressão “nosso pai”, mas “meu Pai”.


Nenhum dos homens da velha aliança, por mais forte que fosse sua fé, por mais fervorosa que fosse sua devoção a Deus, ousou chamar Deus de seu Pai pessoal

Jesus então desce para Nazaré com seus pais.


Maria, porém, mais uma vez pondera essas coisas e as guarda no coração. Ela sai do templo não apenas alegre por ter reencontrado seu filho, mas “meditando”. A palavra “meu Pai” tornou a tirar-lhe o filho, que julgava recém-encontrado.


 Sua mãe, porém, guardava todas essas coisas em seu coração. (Lucas 2:51b).

A resposta de Jesus a Maria e José indica sua consciência de sua missão divina e identidade como Filho de Deus. A frase "na casa de meu Pai” sugere que Jesus entendia seu relacionamento único com Deus e seu propósito desde cedo. Essa consciência não negava seu respeito por seus pais terrenos, mas enfatizava sua principal lealdade ao Pai celestial.


As ações de Jesus no templo não foram um ato de rebeldia, mas um reflexo de seu chamado divino. Sua prioridade era estar na presença de Deus, engajando-se com as Escrituras e os mestres da Lei.


Compreensão Bíblica da Obediência


A Bíblia apresenta a obediência como um conceito multifacetado que abrange tanto a autoridade humana quanto a divina. Efésios 6.1-3 instrui as crianças a obedecerem a seus pais "no Senhor", reconhecendo que a autoridade parental faz parte da ordem de Deus.


Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. "Honra teu pai e tua mãe", este é o primeiro mandamento com promessa: "para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra". (Ef. 6.1-3)

 

No entanto, a identidade única de Jesus como Filho de Deus o coloca em uma categoria diferente. Sua obediência ao Pai celestial supera todas as obrigações terrenas.


É importante notar que, após esses acontecimentos, Jesus voltou para Nazaré com Maria e José e era "submisso a eles"


Então foi com eles para Nazaré, e era-lhes obediente. (Lucas 2:51a).

Essa submissão indica que Jesus respeitava e honrava seus pais terrenos, cumprindo o mandamento de honrar pai e mãe (Êxodo 20:12; Ef.6.2-3). Sua permanência temporária no templo não foi um padrão de desobediência, mas um momento de necessidade divina.

 

Este episódio nos convida a refletir sobre o equilíbrio entre responsabilidades terrenas e chamado divino. Ele nos desafia a considerar como priorizamos nossos compromissos e a reconhecer que a verdadeira obediência envolve alinhar nossas vidas com os propósitos de Deus.


A vida de Jesus exemplifica a obediência perfeita a Deus, servindo como modelo para todos os crentes. Visto a nossa pequenez humana pecaminosa, devemos obedecer a Deus, mesmo quando não entendemos seus planos.

 

A Importância da Família na Formação Espiritual


Jose e Maria tiveram um papel muito importante na formação de Jesus. A família é como a primeira igreja, é o primeiro lugar onde aprendemos sobre Deus e sobre a fé.

E nós os pais e mães que aqui nos encontramos temos o dever de formarmos nossos filhos para serem bons cidadãos e principalmente bons cristãos, essa é nossa responsabilidade.


Pais, não irritem seus filhos; antes, criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor. (Ef. 6.4)

Vamos aprender com amor a valorizar nossas famílias e buscar criar em nossas casas, um ambiente onde a fé possa ser cultivada e o amor de Jesus possa ser visto, sentido e palpável.

 

O Crescimento de Jesus:

 

Jesus cresceu como um menino comum. Seu crescimento físico, intelectual, moral e espiritual era perfeito. Seu desenvolvimento foi horizontal e vertical, tanto diante dos homens como diante de Deus.


O Crescimento Integral de Jesus


O versículo 52 de Lucas, capítulo 2, é um dos mais belos e concisos retratos do desenvolvimento de Jesus Cristo. Ele nos oferece uma visão inspiradora sobre o crescimento integral de Jesus, tanto em sua humanidade quanto em sua divindade.


"E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça, diante de Deus e dos homens." (Lucas 2:52)

Analisando cada aspecto:


Crescimento em sabedoria:


Sabedoria divina: Jesus não apenas adquiriu conhecimento através do estudo, mas também possuía uma sabedoria divina, proveniente do Pai. Essa sabedoria se manifestava em suas palavras, ações e decisões.


Sabedoria prática: A sabedoria de Jesus era aplicada à vida cotidiana, demonstrando sua capacidade de compreender as necessidades e as lutas das pessoas ao seu redor.


Crescimento em estatura: 


Desenvolvimento físico: Jesus cresceu fisicamente como qualquer outro ser humano, passando pelas diversas etapas da vida.


Maturidade: A estatura também pode se referir à maturidade, à capacidade de assumir responsabilidades e a desenvolver um caráter sólido.


Crescimento em graça:


Graça diante de Deus: Jesus crescia em favor e aprovação diante de Deus, demonstrando sua perfeita obediência à vontade divina.


Graça diante dos homens: Jesus era amado e admirado pelas pessoas por causa de sua bondade, compaixão e justiça.


O que esse versículo nos ensina:


O crescimento integral é um processo: Jesus, como modelo para todos nós, nos mostra que o crescimento espiritual, intelectual e emocional é um processo contínuo ao longo da vida.


A importância do equilíbrio: Jesus cresceu de forma equilibrada, combinando sabedoria, desenvolvimento físico e uma profunda conexão com Deus.


A relevância da vida cotidiana: Mesmo sendo o Filho de Deus, Jesus viveu uma vida normal, trabalhando e relacionando-se com as pessoas ao seu redor.


O chamado à santificação: Esse versículo nos desafia a buscar a santificação, ou seja, a conformidade à imagem de Cristo, crescendo em todas as áreas de nossas vidas dia após dia para nos parecermos cada vez mais com nosso Senhor.


Aplicando à nossa vida:


Busque a sabedoria divina: Leia a Bíblia regularmente, ore e participe da Escola de discípulos, se matricule no curso de Teologia da IPR, e também como está escrito lá em Hebreus 10.25 "não deixemos de congregar-nos como é o costume de alguns"


Cuide da sua saúde física: Pratique atividades físicas e alimente-se de forma saudável.

Desenvolva seu caráter: Seja honesto, compassivo e justo em suas relações com os outros, o fruto do Espírito deve ser notado em nossas vidas.


Se o Espírito Santo de Deus tocou em seu coração nessa manhã, dedique-se em se aproximar mais de Deus, de cultivar um relacionamento pessoal com Deus através da oração e da comunhão com Ele, de conhecer mais profundamente esse Jesus que foi anunciado aqui, porque Ele é o Único capaz de nos salvar desse mundo tão depravado de pecados, e nos dar uma nova vida, de comunhão com Deus, e a grande esperança de que um dia estaremos com Ele, nos céus, o Lugar que Ele mesmo nos foi preparar. 

 

Amém.

 


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