Jesus anda sobre as águas - Sermão de 09/07/2025

Daniel Moraes Andrade
9 de jul.
7 min de leitura

Atualizado: 11 de jul.

“Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais.” — Mateus 14:27

Introdução

Estava assistindo uma reportagem sobre uma tempestade que aconteceu nos Estados Unidos da América, fortes tempestades na Flórida no feriado de 4 de julho de 2025 que morreu 111, quando terminar as pessoas terá que refazer o que sobrou. Também passamos por tempestades na vida, como temos reagido diante delas?

O evangelho de Marcos narra uma tempestade no mar, que aconteceu depois de uma multiplicação de pães e peixes (Mc 6.30-44), agora Cristo vai ao monte orar e pedem para os discípulos pegam o barco e passar para o outro lado, nesta viagem aconteceu uma violenta tempestade em que o barco era açoitado (pancadas repetidas) pelo vento contrário (Mt 14.24; v.48), aqueles homens mesmo sendo experientes pescadores e acostumados as variações do mar, chegaram a um momento que pensaram não ter mais solução para eles, neste episodio Jesus entrou em ação para ajudar os discípulos e revelar o Seu poder (v.51). A experiência dos discípulos na tempestade pode nos inspirar nas tribulações da vida, mostrando algumas certezas que temos em meio às dificuldades.

Jesus é soberano sobre nossas circunstâncias. (Mateus 14:22-25)

No início Jesus ordenando que seus discípulos entrem no barco e sigam adiante, enquanto ele se retira para orar sozinho. Enquanto os discípulos enfrentavam as adversidades, uma tempestade violenta se levanta, e eles lutam contra as ondas e o vento contrário.

A tempestade surgiu porque eles estavam dentro da vontade de Deus, ao contrário de Jonas, que enfrentou uma tempestade por desobedecer. Jesus sabia que a tempestade viria, mas os enviou porque era mais seguro estar na tempestade com Deus do que em terra firme, fora de Sua vontade.

Não devemos julgar nossa segurança pelas circunstâncias. Há tempestades de correção, como a de Jonas, e tempestades de aperfeiçoamento, como a dos discípulos. Eles precisavam crescer, e Jesus os testou permanecendo fora do barco desta vez.

Muitos cristãos pensam que obedecer a Deus garante uma vida sem problemas, mas Jesus prometeu tribulações. (Joao 16:33).

Eu disse isso para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo, vocês terão aflições; contudo, tenham coragem! Eu venci o mundo. - Joao 16.33

Quando enfrentamos tempestades por obedecer, devemos lembrar que Ele nos trouxe até aqui e cuidará de nós.

Ele está intercedendo por nós

Essa cena ilustra a Igreja hoje: o povo de Deus está no meio da tempestade, enquanto Jesus está no céu, intercedendo por nós.

Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós. - Romanos 8:34

Ele vê nossas lutas, carrega nossos fardos e sabe pelo que estamos passando.

Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo‑nos com toda a firmeza ao que confessamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer‑se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, ainda que sem pecado. Assim, aproximemo‑nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade. - Hebreus 4:14-16

Jesus orou para que a fé dos discípulos não falhasse, e o mesmo Ele faz por nós.

Se soubéssemos que Jesus está orando ao nosso lado, enfrentaríamos as dificuldades com mais coragem. Ele não está fisicamente ao nosso lado, mas está no céu, vendo nossas necessidades e intercedendo.

Jesus nos chama à coragem e fé na tempestade (Mateus 14:26-31).

No início do relato, vemos Jesus ordenando que seus discípulos entrem no barco e sigam adiante, enquanto ele se retira para orar sozinho. Enquanto os discípulos enfrentavam as adversidades, uma tempestade violenta se levanta, e eles lutam contra as ondas e o vento contrário.

Porém, no momento mais difícil, Jesus aparece andando sobre as águas, revelando seu poder e soberania sobre as circunstâncias. Ele está acima das tempestades que enfrentamos em nossas vidas e nos convida a confiar nele, pois é ele quem governa sobre tudo. Às vezes, parece que Jesus nos abandona nos momentos mais difíceis, assim como Davi sentia a distância de Deus em alguns salmos.

Mas sabemos que, no tempo certo, Deus nos resgata. Jesus sempre vem ao nosso encontro nas tempestades da vida, ainda que não no momento que desejamos, mas no momento em que mais precisamos.

Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o encobrirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas. - Isaias 43.2

Jesus andou sobre as águas para mostrar que aquilo que os discípulos mais temiam (o mar) era apenas um caminho para Ele se aproximar. Muitas vezes, as experiências que mais tememos acabam nos aproximando mais de Cristo.

Os discípulos não reconheceram Jesus porque não estavam procurando por Ele. O medo e a fé não podem coexistir, pois o medo nos impede de ver a presença de Deus.

Pedro, inspirado por essa chamada, pede para andar sobre as águas com Jesus. Quando ele olha para o Senhor, ele caminha sobre as águas, mas quando desvia o olhar e se concentra nas circunstâncias, ele começa a afundar.

Essa história nos lembra de manter os olhos fixos em Jesus e confiar plenamente nele, independentemente das dificuldades que enfrentamos.

Pedro não salta por impulso emocional, mas com base na Palavra de Jesus: (v.28–29)

“Se és tu... manda-me ir”.Ele só quer andar se for Jesus quem mandar — e isso é fé obediente.

Romanos 10:17 – “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo.”

A fé genuína não é movida por emoção ou desafio humano, mas por resposta à Palavra viva do Senhor.

A distração que muda tudo (v.30)

“Mas, sentindo o vento forte, teve medo…”

Pedro começou bem, mas tirou os olhos de Jesus e os colocou no vento.

Hebreus 12:2 – “Olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da fé…”

Grudem diz sobre a fé salvadora:

"É uma confiança pessoal em Jesus Cristo para o perdão dos pecados e a vida eterna. Essa fé cresce à medida que mantemos nossos olhos em Cristo.”(Teologia Sistemática, cap. 35)

Muitos de nós começamos bem na fé, mas ao olhar para os problemas, para a economia, para a dor, começamos a afundar. A dúvida interrompe o milagre.

A pergunta que confronta a alma (v.31)

“Homem de pequena fé, por que duvidaste?”

Essa é uma pergunta de amor, mas também de confrontação.

Jesus não disse: “Você não tem fé.” - Ele disse: “Você tem pouca fé. Por que você duvidou?”

Tiago 1:6 – “Peça, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar…”

Jesus não está perguntando para envergonhar Pedro, mas para levá-lo à consciência da batalha entre fé e dúvida. Essa é a pergunta que ecoa até hoje:

Sempre faço essa pergunta : Como esta a sua fé ?

Clamor de fé em meio à queda: "Senhor, salva-me!"

Mesmo afundando, Pedro não se afasta de Jesus. Ele clama com humildade e urgência. E Jesus o segura imediatamente.

Salmo 18:16 – “Do alto estendeu a mão e me tomou; tirou-me das muitas águas.”

A fé pode falhar, mas o amor de Jesus não falha.

Mesmo quando vacilamos, o braço dEle é mais forte que a nossa dúvida.

Jesus é digno de adoração como o poderoso Filho de Deus (Mateus 14:32-33).

No desfecho dessa história, quando Jesus e Pedro entram no barco, a tempestade cessa imediatamente.

Os discípulos reconhecem o poder e a divindade de Jesus, prostrando-se diante dele e o adorando, exclamando: "Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!" Nesse momento, eles reconhecem que Jesus não é apenas um mestre ou profeta, mas o próprio Filho de Deus, digno de adoração. Essa revelação é essencial para nós também.

Ao reconhecermos quem Jesus realmente é, somos chamados a adorá-lo com todo o nosso ser, colocando-o no centro de nossas vidas e permitindo que ele governe sobre nós.

Ele nos levará até o fim

Se Jesus nos chama para “vir“, Ele cumprirá o propósito dessa palavra. Ele é o autor e consumador da nossa fé (Hb 12:2), e completará toda obra que começou em nós. Mesmo que falhemos ao longo do caminho.

Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. - (Hb 12:2)

“Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.” (Mateus 14:33).

CONCLUSÃO

A tempestade tinha um propósito: ajudar os discípulos a crescer na fé. Jesus sabia que um dia os deixaria e eles enfrentariam outras tempestades. Precisavam aprender a confiar em Cristo mesmo quando Ele parecia distante.

Pontos para reflexão:

A importância da fé e da confiança em Jesus, especialmente em momentos de dificuldade.
A natureza sobrenatural do poder de Jesus e Sua capacidade de dominar as forças da natureza.
A importância de não se deixar levar pelas circunstâncias, mas manter o foco em Jesus, o nosso refúgio e fortaleza.
A necessidade de reconhecer a nossa fraqueza e buscar a ajuda de Jesus em momentos de dúvida e medo.
A mensagem de esperança e encorajamento para aqueles que enfrentam tempestades em suas vidas.
A importância de manter o foco em Jesus: O relato serve como um lembrete de que, ao enfrentarmos tempestades em nossas vidas, devemos manter nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador de nossa fé.